O tema dos desejos é complexo e fundamental para a compreensão humana. Para iniciar, é preciso identificar a origem do desejo. Nossa parte Divina, sendo completa e una com tudo, não manifesta desejos. Ela já contém tudo que existe, eliminando a necessidade de buscar algo externo ou separado.
Em contraste, é o ego que impulsiona a maioria dos nossos desejos. O ego é uma entidade psíquica presente na nossa dimensão, com suas próprias motivações. Compreender a natureza do ego e os motivos por trás de seus desejos é essencial para uma jornada de autoconhecimento e realização pessoal.
A Origem dos Desejos: Ego e Essência Divina
Nossa essência Divina, uma fagulha do Criador, não experimenta desejos. Ela é intrinsecamente completa e interligada a tudo. Em estados meditativos profundos, percebe-se a ausência de carência. A sensação de ter tudo o que é necessário elimina qualquer busca por algo externo, revelando a unidade.
Por outro lado, o ego é o agente dos desejos. Ele opera na Terceira e Quarta Dimensões, onde ainda somos indivíduos separados. O ego é uma construção psíquica que busca continuamente preencher lacunas ou alcançar objetivos. Ele é parte da nossa experiência atual.
É importante não condenar o ego. Ele é uma parte integral da nossa existência nesta realidade. Em vez de lutar contra ele, o objetivo é compreender suas motivações e como ele se manifesta. A aceitação do ego permite uma observação mais clara de seus impulsos e desejos.
Como Transcender Desejos: A Lição da Realização
Buda ensinava que a transcendência dos desejos ocorre através da sua realização, não da negação. Pessoas com vasta riqueza frequentemente afirmam que o dinheiro, por si só, não traz significado. Isso contrasta com a percepção de quem busca dinheiro como fonte de felicidade, mostrando a ilusão associada.
Quando um desejo material é conquistado, como um eletrônico ou um carro, a felicidade inicial é breve. Após poucos dias ou semanas, o objeto perde seu significado original. Esta experiência direta ensina que a satisfação do ego é momentânea e insustentável. A busca por bens externos não preenche.
Desejos profundos podem persistir por várias vidas, como o anseio por fama musical. A pessoa busca incansavelmente essa realização, como visto no exemplo dos Beatles. Contudo, ao alcançar o objetivo, a percepção é que a realidade da fama difere da ilusão inicial, trazendo muitas vezes decepção.
Desejos, Felicidade e o Papel do Propósito
Muitos desejos são impulsionados pela crença de que a felicidade será alcançada ao possuir algo ou alcançar um status. ‘Se eu for rico, serei feliz’ é uma programação comum. Delegar a felicidade a fatores externos impede a conexão com a fonte interna de bem-estar.
A verdadeira felicidade e paz residem na conexão com nossa parte Divina. Fatores externos podem proporcionar alegria temporária, mas não a felicidade duradoura. O ego deve experimentar a realização dos desejos para compreender sua limitação em gerar satisfação real. Isso é um aprendizado.
Frequentemente, os desejos do ego têm raízes em programações negativas, como vingança ou carência. Sentimentos de humilhação na infância podem levar a um desejo inconsciente de poder ou riqueza para provar valor. É crucial identificar essas bases para desconstruir padrões limitantes.
O Limite e Propósito dos Desejos: Alinhamento e Consequências
O limite para nossos desejos é o impacto no próximo. Desejar algo que prejudica outras pessoas ou o mundo não é um desejo positivo. Desejos construtivos, que não interferem negativamente ou que ajudam muitos, podem estar alinhados com um propósito superior. Jesus ensinava a não fazer ao próximo o que não desejamos para nós.
Um arquétipo é uma programação básica da consciência para uma encarnação, como um papel em um jogo. Ele desperta desejos específicos que buscam a realização desse papel, como ser um militar justo. Negar esse desejo arquetípico gera uma sensação de que se está fora do caminho.
Quando se vive alinhado com o desejo do arquétipo, há paz e harmonia interna. Ao ir contra essa programação, a pessoa pode ter conquistas externas, mas sente um vazio. É essencial o autoconhecimento e a experimentação para identificar o verdadeiro propósito, questionando por que se deseja algo e se isso trará paz.
